A Casa em Cubinhos (título internacional em francês: La Maison en Petits Cubes) é um curta-metragem de animação japonês criado por Kunio Kato (Aru Tabibito no Nikki) de 2008, com música de Kenji Kondo (Shirokuma Café). Ele ganhou vários prêmios, sendo os mais importantes o Grande prêmio para curtas-metragens (a Annecy Cristal) no Animated Film Festival International Annecy em 2008 e o Oscar de Melhor Curta de Animação em 2009. Foi também incluiu na Animation Show of Shows em 2008 (uma seleção itinerante de melhores curtas-metragens de animação do ano, com curadoria e apresentados pelo fundado do Acme Filmworks, Ron Diamond).
O cinema sempre foi mestre em emocionar e arrancar lágrimas das pessoas. É verdade que muitos desses filmes que fazem chorar partem para um viés apelativo, que tem como único objetivo emocionar e se privam de emitir uma mensagem ao espectador, sendo assim, produto única e exclusivamente de entretenimento para as grandes massas. Caminhando contra a corrente, vemos obras que abordam temas simplistas e conseguem tocar a fundo e transmitir uma bela mensagem, como no caso de A Casa de Pequenos Cubos.
Estamos falando aqui do premiado curta-metragem do japonês Kunio Kato, que alcançou popularidade máxima ao vencer o Oscar de melhor curta de animação em 2009. Na época, Kato disputou com curtas de respeito, como o badalado Presto – da norte-americana Pixar. Para quem não se lembra, o divertido Presto foi exibido no Brasil junto com o também premiado Wall-E. Após vencer o disputado concurso, A Casa de Pequenos Cubos se popularizou na internet, principalmente entre blogs especializados e no site de vídeos youtube.
Para quem é pouco familiarizado com o mundo dos curta-metragens ou nem sequer se interessa por eles, começar com A Casa dos Pequenos Cubos seria uma excelente ideia. Os outros concorrentes do Oscar, como o próprio Presto – que já deve ser conhecido da maioria -, também merecem um olhar especial, já que gozam de grande qualidade.
La Maison en Petits Cubes conta a história – sem diálogos – de um senhor com idade já avançada que mora em uma cidade ao nível do mar. Com o passar do tempo, o nível da água vai subindo, e, desta maneira, o idoso tem que erguer ainda mais sua casa, que é levantada tijolo por tijolo. Certo dia, ao fazer a mudança dos móveis para a parte já construída, seu cachimbo favorito escapa da boca e vai parar no fundo da água. A partir daí, decidido a resgatar o cachimbo precioso, o senhor compra uma roupa de mergulho e vai de encontro não só ao cachimbo, mas também à lembranças de sua vida, que se apresentam de forma lenta e nostálgica, como se fosse um grande filme passado em apenas 12 minutos.
O que vemos daí em diante é uma magnífica viagem ao longo de gerações; pessoas que já passaram por aquela casa – grande parte dela submersa perante ao imenso oceano – e aquelas que já deram adeus a esse mundo figuram entre as lembranças do pacato senhor. Tudo é mostrado de forma delicada e tocante, numa simbiose plena entre passagens e trilha sonora. Kunio Kato consegue apresentar em singelos 12 minutos o que diretores populares nunca conseguiram em todas suas carreiras. O pouco tempo é marcante e de quebra dá um panorama lúcido e atual do aquecimento global – que com o derretimento das calotas polares vem engolindo aos poucos algumas ilhas do sudeste asiático e do resto do mundo. |