O mundo das mulheres no que tem de melhor e pior é retratado com nuances nesta comédia sarcástica estrelada por Meryl Streep (de Adaptação). A história é baseada no livro homônimo de Lauren Weisberger, que foi escrito pela autora como vingança contra a toda-poderosa Anna Wintour, editora da revista Vogue. Lauren era assistente de Anna e teve que comer o pão que o diabo amassou para agüentar a vaidade e auto-centrismo da chefe. Se fosse homem, pelas coisas que a madame aprontou para ela, teria enfartado ou decidido os oito anos que a suportou no braço. Mas no esquema tático feminino cautela e discrição são a alma do negócio. O que justifica o acerto de contas de Lauren. Espertamente soltou suas farpas só depois que abandonou o emprego. Ah, e teve a delicadeza de mudar os nomes das envolvidas. Assim Lauren virou Andréa Sachs e a terrível e temível Anna, tornou-se Miranda Priestley. No filme Andréa Sachs, a assistente, é interpretada pela belezinha de olhos grandes Anne Hathaway (de O Segredo de Brokeback Mountain) e a dondoca Miranda é ninguém menos que Meryl Streep. Em princípio, a jovem recém-saída da universidade fica deslumbrada com a possibilidade de trabalhar com a toda-poderosa. Miranda exala charme e sofisticação. Também é a mulher que colocou o trabalho como prioridade de vida e conquistou tudo que almejou. Inclusive um apartamento dos sonhos e fabulosos casacos que sempre arranjou um homem para segurar. Por isso, a novata tem um profundo respeito por Miranda. E, em contrapartida, a madame acha que pode ensinar a pupila. Erro de cálculo para as duas. A relação não demora a desgastar. A patroa passa a testar a tolerância da funcionária, forçando-a a suportar tarefas extras. |